Realidade difícil
- Eliezer A. de Oliveira

- 13 de mar.
- 1 min de leitura
Atualizado: 14 de mar.
Tão, quer trabalhar?
Sei que você tá no desemprego.
A função é a seguinte,
Vende na rua da tua casa,
Ganhará tantos porcento.
Não, muito obrigado!
A coisa não tá fácil,
Mas estamos sobrevivendo.
As ideias fracas vamos desconstruindo,
Principalmente aquelas que definem
Todo morador da Vila Nova como bandido.
Cada um na sua trilha,
Sabendo o que tá fazendo.
Preconceito nóis bate de frente,
Não aceitamos ser humilhados
Desde que nos assumimos
Como um povo favelado.
Aqui, na maioria somos pretos
Convivendo em comunidade,
Cada um na sua religiosidade.
Muitos creem no divino,
Que o começo, meio e fim
Já está escrito, definido,
E não tem como evitar.
Mas temos que ir à caça
Se quisermos se alimentar.
Para nós nada é de graça,
Perdemos muito sangue,
Muitas vidas, por aposentadoria.
Por isso valorizamos cada conquista,
Seja o direito à moradia, a saúde,
Educação e os direitos trabalhistas.
Custamos muito para os governos?
Políticas sociais vistas como gastos,
Nunca como investimentos.
Nesse país tá tudo errado,
Para juízes e deputados
Estão sempre aumentando o salário,
Enquanto os professores têm salários baixos, atrasados.
Temos nojo desse desgoverno
Que corta e nega aposentos.
Trabalhador, trabalhadora
Da cidade ou da roça,
Têm direitos?
Têm direito de ficar com dor nas costas.
E se ousar reclamar?
É mi-mi-mi, é blá-blá-blá.
Seguimos com paciência,
Observando as aparências,
Compreendendo as essências.
Poeta consciente da palavra
Nunca prega perfeição,
Brota um verso aqui e ali,
Toda vez que dá um pião.
Tá sempre melhorando,
Tá sempre aprendendo.
E agora eu compreendo
Que a vida é muito mais
Que ficar só no veneno.
Autor: Eliezer A. de Oliveira





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