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Tempos de resistência

  • Foto do escritor: Eliezer A. de Oliveira
    Eliezer A. de Oliveira
  • 13 de mar.
  • 1 min de leitura

Atualizado: 15 de mar.

Cresci em tempos sombrios,

Quando as pessoas aceitavam a imposição sem questionar.

A igreja dizia que Deus acolheria no paraíso só os comportados,

E mesmo com as costas marcadas as pessoas aceitavam,

Aceitavam como um conforto, um refúgio.


Eram tempos difíceis,

Os cidadãos de bem não aceitavam a diversidade,

E foi assim que pela moral e os bons costumes,

Que diretamente ou indiretamente mataram muitos de nós,

E a justiça que já era cega, tornou-se surda e muda diante das

injustiças.


Cresci em tempos de desumanidade,

Quando as tecnologias dominavam os seus criadores,

Uma vida valia menos que uma foto,

E a classe empobrecida tornou-se menos que uma mera mercadoria.


Eram tempos de caos,

Nas ruas desfilavam toneladas de aço,

As pessoas não se olhavam nos olhos,

Apenas nas roupas,

Os carros e as roupas eram o mais importante.


Vivi em tempos de lutas,

No campo de batalha havia duas classes,

Enquanto uma queria destruir o poder

Para acabar com a dominação,

E viver com dignidade destruindo toda forma de opressão.

A outra queria manter-se a todo custo no poder,

Para seguir com seu projeto de exploração,

Matando tudo e todos em nome da civilização.


Eram tempos de enorme crise,

E com tamanha incerteza do futuro,

Que não havia tempo para pedir perdão,

Só restava tempo para viver todos os dias

Como o crucial para revolução.


Organizando no campo e na cidade grupos de resistência,

Construindo autonomia e sendo sujeitos da história partir da politização.


Autor: Eliezer A. de Oliveira

 
 
 

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